Prêmio Nobel de Economia

Oliver Hart e Bengt Holmström, Prêmio Nobel de Economia 2016

O Banco da Suécia concede a eles o prêmio de maior prestígio das ciências econômicas por sua contribuição para as ‘Teorias dos Contratos’

ANTONIO MAQUEDA

Madri

O Banco da Suécia concedeu o prêmio Nobel de Economia 2016 a Oliver Hart e Bengt Holmström, por sua contribuição à Teoria dos Contratos, que analisa os comportamentos da contratação no mundo empresarial e seus diversos efeitos. Por exemplo, estuda se os professores e funcionários de prisões devem ter remunerações fixas ou variáveis. E desenvolve teorias sobre como estabelecer a remuneração dos diretores de uma empresa (e seus salários variáveis ou bônus) de forma que os acionistas sejam beneficiados e se crie um maior valor em médio e longo prazo.

Holmström, de 67 anos, nasceu em Helsinki (Finlândia) e é professor da Universidade de Harvard. Hart, de 68 anos, nasceu em Londres (Reino Unido) e é professor do Massachusetts Institute of Technology. A Academia afirmou que a decisão de premiar os dois economistas responde a “sua contribuição para a teoria dos contratos”, destacando a importância das ferramentas teóricas criadas pelos dois para compreender o efeito real dos acordos trabalhistas, as remunerações das empresas e instituições e os riscos potenciais no desenho dos contratos.

Durante a apresentação dos prêmios, contataram diretamente os dois economistas, que responderam algumas perguntas da audiência. Bengt Holmström agradeceu o prêmio a afirmou estar “muito feliz e agradecido”. Hart, por sua vez, contou que a primeira coisa que fez ao saber foi abraçar sua esposa. “Me levantei por volta das 4:40 e me perguntava se era tarde demais para que fosse este ano… Mas, em seguida, felizmente, tocou o telefone”, disse.

Os estudos dos dois acadêmicos premiados analisam o que se pode fazer para melhorar a eficiência dos contratos. “Trata-se de pensar em todas as partes envolvidas para que um contrato seja uma situação em que ganhem todos”, comentou Bengt Holström na teleconferência realizada após o anúncio.

Normalmente, a economia funciona graças aos contratos, que podem ser assinados para um seguro, um empréstimo ou um emprego. Inclusive muitas instituições se baseiam em contratos, como os direitos de propriedade, o casamento ou a constituição de um país. Um contrato estabelece os riscos e os incentivos que os signatários assumem. Os estudos de Holström e Hart abordam como esses equilíbrios devem ser estabelecidos: “Esta teoria explica por que as empresas de seguros nunca devolvem todo o valor da casa queimada ou do carro roubado. Pois nesse caso nunca nos importaríamos se a casa é queimada ou se o carro é roubado. É preciso haver os incentivos adequados para que as partes sejam cuidadosas”, explicaram os membros da Academia de Ciências Sueca, que oferece o prêmio.

Outro exemplo mencionado é como se remunera os gestores de grandes empresas para que velem pelos interesses dos acionistas e não por maximizar seus benefícios. Sua teoria também teve um grande impacto no sentido de decidir e desenhar que políticas públicas podem ser privatizadas e como. “Um serviço de coleta de lixo e uma prisão não são a mesma coisa. E esses trabalhos ajudam a diferenciar como elaborar esses contratos assegurando um equilíbrio entre a máxima qualidade e a eficiência”, afirmaram durante a entrevista coletiva os representantes do comitê que oferece o prêmio. No fundo, os premiados deste ano representam um reconhecimento aos estudos que associam o rendimento da economia à existência de bons marcos institucionais.

O Nobel da Economia é um prêmio instituído em 1968 por este banco central sueco no valor de 10 milhões de coroas suecas, cerca de 1 milhão de euros (3,60 milhões de reais). No ano passado foi concedido a Angus Deaton, catedrático de microeconomia da Universidade de Princeton, por sua análise dos padrões de consumo, pobreza e bem-estar.

[EL PAÍS – BRASIL]

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