Ipea publica nova edição do Boletim Mercado de Trabalho

Com a tradicional análise do mercado de trabalho e mais três seções, cada uma com três artigos inéditos de pesquisadores e acadêmicos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou nesta terça-feira (29/11), a edição de número 74 do Boletim Mercado de Trabalho: Conjuntura e Análise (BMT). Sob a edição do pesquisador do Ipea Sandro Pereira Silva, o boletim mostra que embora a geração da maioria dos postos de trabalho venha ocorrendo em atividades informais, o emprego formal tem registrando sinais de recuperação, porém, os indicadores de rendimento registram uma evolução menos favorável frente aos de ocupação. A publicação traz também as seções Política em Foco, Notas Técnicas e Economia Solidária e Políticas Públicas.

O texto “Análise do Mercado de Trabalho”, que apresenta os principais indicadores do país até o fim do segundo trimestre de 2022, extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua e do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), traça um cenário de recuperação e expansão do mercado de trabalho desde meados de 2021. A população ocupada aumentou 7,5%, na comparação interanual, atingindo cerca de 100,2 milhões de pessoas, enquanto a taxa de desemprego recuou pelo 14º mês consecutivo, chegando a 8,9%, o menor nível desde julho de 2015. No setor privado, os trabalhadores sem carteira assinada avançaram 19,8%, na comparação interanual, enquanto o contingente de ocupados com carteira cresceu 10%.

Na seção Notas Técnicas, o primeiro artigo aborda os fatores determinantes da alocação entre estudo e mercado de trabalho da juventude no Brasil, analisando o que leva um jovem a estar na condição de “nem-nem” – não estar empregado nem em processo de educação ou treinamento, além das características e efeitos do contexto social na decisão do jovem de estar nessa condição. Outro texto examina a situação das despesas com pessoal ativo nas três esferas da Federação, de 2002 a 2020, e avalia se há evidências de risco às finanças públicas. O artigo que encerra essa seção detalha o modelo de geração de empregos (MGE) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), usado há mais de duas décadas como ferramenta para análise dos efeitos dos seus financiamentos, e faz estimativas em relação a emprego, massa salarial e valor adicionado para o período 2014-2021.

Em seguida, na seção Política em Foco, o primeiro artigo analisa da incidência do Auxílio Emergencial e do Benefício Emergencial ao longo da distribuição de renda com base nos dados da PNAD Covid-19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), criados durante a pandemia da Covid-19. No segundo texto, está em foco o programa Garantia-Safra (GS), instituído em 2002 pelo governo federal, para oferecer aos produtores familiares um apoio financeiro que atenuasse as perdas de safra decorrentes da seca que afeta a região do semiárido brasileiro, principalmente no Nordeste. Finalizando essa seção, o terceiro artigo traz uma análise da evolução recente do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no estado do Rio Grande do Norte e dos números oficiais do governo entre 2013 e 2020.

A seção Economia Solidária e Políticas Públicas, que encerra o BMT, reúne três artigos. O texto que abre essa seção refere-se ao primeiro mapeamento nacional dos empreendimentos econômicos solidários (EES), a partir da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), em 2003, mostra a realidade da economia solidária na Baixada Fluminense, 15 anos depois desse processo. O segundo artigo apresenta e propõe a matriz Decid, uma nova metodologia de indicadores quantitativos e qualitativos que pode ser usada para acompanhamento e avaliação da utilidade social de empreendimentos de finanças solidárias. E o terceiro artigo analisa a experiência de finanças solidárias na gestão municipal, que se tornou modelo internacional, com a criação da moeda social mumbuca e do Banco Comunitário de Desenvolvimento (BCD) de Maricá, no Rio de Janeiro.

 

Clique no link para baixar o PDF Joacir et al 2022_Artigo Boletim IPEA_Evolução PRONAF RN

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