O Economista e Conselheiro do Corecon-RN, Ricardo Valério, concedeu entrevista. Hoje (03) no BOM DIA RN, da InterTv, afiliada da Rede Globo, entrevista conduzida pela dupla dinâmica do repórter Vinicius Marinho e a âncora jornalista Anne Majorie, sobre o aumento do novo Salário Mínimo que começou a vigorar desde o dia primeiro de janeiro.
O economista Valério, abordou que o aumento do novo salário que passou dos R$ 1.212,00 para R$ 1.320,00, R$ 108,00 de aumento nominal, suficiente para adquirir por exemplo um botijão de gás, foi fruto de uma correção de cerca de 9%, sendo 2,7% de ganhos reais, resultado de negociações entre o Executivo e o Congresso Nacional, sendo este o primeiro reajuste real dos últimos quatro anos, que seguia as regras de reajuste somente com aplicação do INPC.
O economista abordou ainda, que se estivesse em vigor a regra anterior dos reajustes que previa a média dos dois últimos PIB, o reajuste poderia ter passado para R$ 1.342,00 ou seja, um reajuste total de R$ 130,00 reais a mais, em cima dos R$ 1.212,00 do salário mínimo anterior.
Foi destacando também, que o Salário Mínimo, de fato, é pouco para quem recebe, mas muito para quem paga de forma agregado na folha, levando em consideração que praticamente dobra o valor quando se acrescentar os custos das obrigações previdenciárias, FGTS, décimo terceiro, férias etc, daí as dificuldades para os Governos e a iniciativa privada, além de não poder ser muito elevado para não inibir a contratação legal com carteira assinada, se o salário for acima do suportável.
O conselheiro apontou, que para cada R$ 1 real de aumento no salário mínimo as despesas da união sobem em R$ 364 milhões, assim para um aumento de R$ 10 por exemplo, teriam impactos de R$ 3,6 Bilhões, como fora agora os R$ 866 Bilhões de aumento nas despesas do caixa do tesouro nacional para cobrir os salários e custos da previdência social com o novo Salário Mínimo de R$ 1.320,00 reais. Atualmente 38% dos brasileiros são trabalhadores assalariados com ganhos de um salário mínimo, e quase 70% ganham até dois salários mínimos, onde apenas 1% ganham acima do 20 salários mínimos, daí a importância e impactos dos valores do salário mínimo no Brasil.
O Conselheiro e economista do Corecon-RN Ricardo Valério, defende o retorno da regra de acréscimo dos ganhos reais atrelado a um percentual do aumento do PIB, para que gradualmente o salário mínimo vá reconquistando o seu poder de compra, muito atingido pelo últimos 4 anos que ficaram de reajustes reais e aumento elevado da inflação dos últimos anos, notadamente, em cima dos alimentos que vem sacrificando à população mais vulnerável e endividamento das famílias com as rendas achatadas e juros nas alturas.
Destaca ainda, para a importância em elevar o salário mínimo, em que pese os cuidados que temos que ter com a elevação dos custos para a previdência social, mas é não deixa se ser. digamos um “mal necessário”, visto que ao trabalhado reaver o seu poder de compra, os ganhos reais vão totalmente para o mercado de consumo e irriga de imediato a nossa economia e isto é retorno em impostos e ganhos para toda a sociedade e segue para o mercado consumidor interno.
Segundo o Dieese, para termos um salário mínimo dentro do valor constitucional que prevê cobertura para alimentação, moradia, saúde, educação, higiene vestiário e transporte, o salário mínimo teria que ser mais de R$ 6.575,30, obviamente que não seria possível para a economia nacional, mas teríamos que ter um salário mínimo quase 5 vezes maior para cobrir todas as despesas constitucionais para uma família de 4 pessoas segundo a entidade sindical.
Ele lembrou por último, que para o trabalhador adquirir uma cesta básica em Natal, uma das mais baixar do país, atualmente de R$ 566,95, o trabalhador gasta quase 100 horas ou seja, 1/3 do salário mínimo para comprar um cesta básica, daí a necessidade de se implantar uma política pública de recuperação gradual mais permanente de recomposição do poder de compra dos salário Mínimo Nacional.
