30 anos Plano Real, estabilizando a moeda, restabelecendo o poder de compra e a previsibilidade da nossa Economia.

Foi o Presidente Itamar Franco, o mesmo que reabilitou o nosso Fusquinha, que lançou o “PLANO REAL”, sob o comando do Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso e sua equipe de brilhantes e talentos economistas.
Naquela época, estávamos vivendo há anos, numa hiperinflação de cerca de 2.500% ao ano, ou 40% ao mês, chegamos ao ápice de 80% a.m, na gestão do Presidente Sarney, onde o preço do feijão podia começar o dia valendo um valor e amanhecendo no outro dia o dobro do preço.
E quem não se lembra das maquininhas de remarcação dos supermercado? E dos fiscais do Sarney? Ou do overnights que multiplica geometricamente os dinheiros aplicados diariamente nos bancos?
Até as arquiteturas das casas mudaram e ganharam mais um cômodo, chamado de dispensa para podermos estocar as mercadorias, uma verdadeira loucura, o consumidor tinha que estocar seu café e açúcar nas dispensas, para evitar de ter que tomar seu café muito amargo de sabor e doloroso no bolso.
Quem não se lembra ainda, que há 30 anos, no lançamento do nosso Plano Real, com aquela notinha desbotada de papel de R$ 1, conseguíamos comprar 10 pãezinhos ao custo unitário de R$ 0,10 centavos? Mas, hoje já gastamos R$ 1 para cada pãozinho.
Mas ainda assim, fazendo um comparativo com o valor do salário mínimo e com a gasolina também , observamos que o mínimo vem obtendo ganhos reais expressivo ao longo dos últimos trinta do anos.
Em 1994 o salário Mínimo era R$ 70 reais e hoje já alcançou os R$ 1.412 reais, reajustes de 1.917% ou seja 20 vezes mais, desta forma mais ganhos expressivos da classe trabalhadora, na era do Real.
Já em relação a gasolina, tivemos novo ganho do Salário Mínimo, pois a gasolina era R$ 0,55 em 1994, hoje já passa dos R$ 6,00, assim comparativamente, o aumento da gasolina foi menor do que o do Salário Mínimo, embora pese muito em nossos orçamentos atualmente.
Assim diante, destes cenários do fantasma da hiperinflação vivido em 1994, o Ministro Fernando Henrique e sua competente e criativa equipe de economistas, entre outros, Rubens Ricupero, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan, Pérsio Árida, lançaram o Plano Real, que finalmente alcançou a estabilização da moeda, levou a nossa inflação a um dígito.
Entre outras medidas, tivemos a conversão do Real por meio da URV- Unidade Referência de Valor, para descontaminar o Real da inflação passada.
Uma outra medida atacada na época da implantação do Real, estamos passando hoje do mesmo mal, que são os desajustes fiscais, mas que acredito que o Ministro Haddad vai reduzir os gastos públicos, até para poder aliviar também a disparada do Dólar.
O controle do Déficit do Orçamento Público, cuja a relação hoje com o PIB alcançou mais de 76%, é uma condição sine qua non, para passar segurança aos investidores globalmente e também para o nossa Selic voltar a baixar, assim como foi lá atrás há 30 anos atrás .

Desta forma, de fato, o Real é uma conquista do povo brasileiro, em que pese que ainda temos que nos mantermos vigilante, pois de lá para cá nossa moeda continua sendo atacada, afinal a economia é totalmente conectada e global.
Passamos ao longo desses 30 anos, a terrível pandemia, que contaminou o mundo com a Covid-19 e contagiou outros países com a inflação e juros altos, e estamos ainda sob dois conflitos armados, intemperes climáticas e ambientais, tudo isto, as economias mundiais sendo pressionadas com inflação, Dólar em alta, e tudo isto ataca a estabilidade das moedas, notadamente, as emergentes como a brasileira.
Assim ao longo dessas três décadas o Real já perdeu valor, como por exemplo nossa cédula de R$ 100,00, que hoje só vale R$ 12,38 centavos, mas graças ao Plano Real o Brasil tem hoje sua moeda estabilizada e o dragão da inflação dominado.

Ricardo Valério – Economista
Superintendente do Corecon-RN

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